quarta-feira, 2 de junho de 2010

Experiência da Obediência de Stanley Milgram

Stanley Milgram (1933 - 1984) foi um psicólogo norte-americano graduado da Universidade de Yale que conduziu a experiência dos pequemos mundos (a fonte do conceito dos seis graus de separação) e a Experiência de Milgram sobre a obediência à autoridade. Esta experiência tinha como objectivo o estudo das reacções individuais face a indicações concretas de outros. A obediência era medida através das acções manifestas e implicava comportamentos fonte de sofrimento para outros. Experiência:
1 Um voluntário apresentava-se para participar na experiência, sem saber que seria avaliado na sua capacidade de obedecer a ordens. Era colocado no comando de uma falsa máquina de infligir choques;
Os sujeitos eram
encarregues num suposto papel de “professor” numa experiência sobre “aprendizagem”.
2 A máquina estava ligada ao corpo de um homem mais velho e afável, que era submetido à uma entrevista numa sala ao lado. O voluntário podia ver o homem mais velho, mas não era visto por ele;
3 O voluntário era instruído por um investigador a accionar a máquina de choques todas as vezes que a pessoa errava uma resposta. A intensidade dos choques aumentava supostamente 15 volts por cada erro cometido, desde 15 (marcado na máquina como “choque ligeiro”) até
450 volts (marcado na máquina como“perigo: choque severo”);
4 À medida que a intensidade dos choques aumentava a pessoa queixava-se cada vez mais até que se recusa a responder;
O experimentador ordena ao sujeito para continuar a administrar choques.”Você não tem alternativa, tem que continuar”;

Ilustrações: Edivaldo Serralheiro
Mesmo vendo o sofrimento, a maior parte dos voluntários continuava obedecendo às ordens e infligindo choques cada vez maiores. A intensidade máxima, 450 v, significaria hipoteticamente matar a outra pessoa. 65% das pessoas obedeceram às ordens até o fim e deram o choque pretensamente fatal. Variações no procedimento Milgram (1974):
  1. Proximidade da vítima:
  • Se a vítima só podia ser ouvida, 65% dos sujeitos iam até ao limite.
  • Se houvesse contacto visual a percentagem baixava. Contudo, mesmo quando os sujeitos eram eles próprios a manter a mão do aprendiz sobre uma placa metálica, 30% iam até aos 450 volts.
2. Proximidade da figura de autoridade:
  • Quando o experimentador dava as instruções pelo telefone só 20.5% continuavam a obedecer;
3. Legitimidade da autoridade:
  • Quando a experiência era conduzida num edifício normal de escritórios a obediência caiu para 48%;
4. Influências sociais:
  • Se estivesse presente um segundo sujeito que obedecia, a obediência chegava aos 92%. Se o outro recusava, somente 10% dos sujeitos chega aos 450V.
As opções metodológicas deste estudo levantaram alguns problemas do ponto de vista ético pois podemos questionar-nos se seria legitimo induzir os sujeitos experimentais em erro numa questão tão delicada quanto esta. Quem efectivamente acabava por sofrer algum dano era o sujeito "agressor" que podia ficar afectado psicologicamente por ter sido levado a pensar que tinha provocado sofrimento a outra pessoa.

fonte aqui

0 comentários:

Postar um comentário